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domingo, 18 de outubro de 2009

Os 4 períodos do tráfico de escravos




1º período: O Ciclo da Guiné durante a segunda metade do Sec. XVI


Conhecido como ciclo de Guiné, ocorreu na segunda metade do século XVI e recebeu essa denominação em função da rota do tráfico, que partia da costa oeste da África, ao norte do Equador, região onde hoje está situado o Senegal, Gâmbia e Guiné Bissau. Calcula-se que nesse ciclo tenham chegado ao Brasil entre 50 e 100 mil africanos. Na Bahia, esse ciclo foi pouco representativo.


O número estimado de africanos é de sete mil, em sua maioria, pertencentes às etnias sudanesas.

Ao ciclo da Guiné, seguiram-se ainda, dedicados à exportação de “peças” da costa -se, no transcorrer do século 16, o comércio triangular transatlântico, tendo um dos vértices em Lisboa, o outro na costa da Angola, e um terceiro no nordeste brasileiro. O açúcar irá centralizar as atenções do mercantilismo português e, depois do holandês, quando eles começam a assolar o território do Nordeste, a partir da incursão bem armada de Van Caarden na Bahia, em 1604.

Séculos mais tarde um observador notou que nenhuma daquelas distintas senhoras inglesas que, desde o século 18, deram à freqüentar os salões de chás abertos na capital londrina, podiam sequer imaginar o histórico de sofrimento, humilhação e degradação humana que se ocultava por detrás de cada torrão de açúcar que delicadamente colocavam na sua chávena para adoçar a infusão. Mal sabiam elas o quanto de suor e de sangue havia sido derramado para gerar aquela pedrinha branca e doce.


2º período: O Ciclo de Angola e do Congo no Sec. XVII


Ciclo de Angola e Congo têm início por volta de 1580, mas estende-se até o final de século XVII. O número de africanos da chamada África Austral que chegaram ao Brasil é estimado em 600 mil. Na Bahia, não se sabe ao certo o número de escravos que vieram desta parte do continente africano. Entretanto, pela grande quantidade de navios negreiros que aportaram aqui nessa época, presume-se que tenham chegado um grande número de escravos. O certo é que a maioria deles foi levada para trabalhar nos engenhos de cana-de-açúcar, instalados na região do Recôncavo. Além de angolas e congos, vieram também nesse ciclo escravos oriundos de Moçambique, todos eles de etnias bantos.



3º período: O Ciclo da Costa da Mina no Sec. XVIII


No final do século XVII, uma grande epidemia de varíola registrada, em Angola, provocou uma nova mudança na rota do tráfico negreiro para o Brasil. O receio de contrair a doença fez com que os traficantes voltassem a buscar escravos na região mais acima, onde hoje se situa Gana e a costa do golfo de Guiné. O ciclo da Costa da Mina perdurou por dois terços do século XVIII. Dessa região da costa africana, calcula-se que tenham vindo para ao Brasil, cerca de 1,3 milhões de escravos, o mais famoso porte de embaque de escravos na região foi a feitoria de São Jorge da Mina, em torno da qual se desenvolveu a atual cidade de Elmina em Gana. A denominação Costa da Mina refere-se, segundo Verger, à dependência do tráfico português ao castelo São Jorge da Mina, uma fortaleza que servia de entreposto para os traficantes, onde os escravos eram trocados por barras de ferro, ouro e fumo.

O hamadas de sudaneses, embora não tenham qualquer ligação com o país atualmente chamado de Sudão. Portanto, para evitar confusão, é mais apropriado chamá-los de oeste-africanos.

No caso específico do Brasil, os escravos desta região eram geralmente desembarcados na Bahia.comércio de escravos na região foi mais intenso durante os séculos XVIII E XIX. Os escravos eram de diversas etnias: nâgos, jejes, fantis e axantis, gás e txis (minas), malês(islamizados),huaçás, kanuris,tapas, gruncis,fulas e mandingas. Como toda a região imediatamente ao sul do Sahara é conhecida como Sudão, estas etnias são também chamadas de sudaneses, embora não tenham qualquer ligação com o país atualmente chamado de Sudão. Portanto, para evitar confusão, é mais apropriado chamá-los de oeste-africanos.

No caso específico do Brasil, os escravos desta região eram geralmente desembarcados na Bahia.


4º período: O Ciclo da Baía de Benin entre 1770 e 1850.


A enseada do Benim é uma baía situada na parte setentrional do Golfo da Guiné, a oeste do Golfo da Biafra.

Estende-se ao longo da costa da África Ocidental por cerca de 640 km desde o Cabo St. paul no Gana, até à foz do rio Níger na Nigéria. Os seus principais portos são Lomé, Lagos e Cotonou. Foi um dos locais do comércis de escravos entre os séculos XVI e XIX, sendo a região adjacente ao Delta do Níger conhecida como Costa dos Escravos. Durante a década de 1830 o comércio de óleo de Palma tinha-se convertido na principal actividade económica e foi descoberto petróleo na década de 1950, diversificando-se a economia regional.

O ciclo da Baía de Benin ocorre entre 1770 e 1850, incluindo aí o tráfico clandestino. Nesse período, a forte presença de etnias ioruba passa a ser representativa, principalmente na Bahia, onde desde o ciclo anterior, são encontrados daomeanos, tratados no Brasil pela denominação de jejes, haussás e, sobretudo, os nagôs-iorubas.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Tribos Indígena

Os índios foram os primeiros habitantes do território brasileiro. São formados por povos diferentes com hábitos, costumes e línguas diferentes.

Os Ianomâmis falam quatro línguas: a Yanomam, Sanumá, Yanomame e Yanam. Suas habitações são construídas de caibros encaixados, amarrados com cipó e revestidas de palha. Possuem características seminômades, já que mudam de habitat quando acreditam ter explorado uma região ao máximo. São caçadores e acreditam em rixis: espíritos de animais que ao serem mortos tornam-se protetores e amigos.

Os Carajás falam apenas uma língua: a Macro-Jê. São divididos em Karajás, Javaés e Xambioás. Acreditam na transformação do homem em animais e vice-versa. Residem nas proximidades do rio Araguaia, pois acreditam que sua criação, rituais de passagem, alimento e alegria são dados por ele. Vivem do cultivo do milho, mandioca, batata, banana, cará, melancia, feijão e amendoim, e prezam pela pintura corporal. Dividem o trabalho, fica para os homens a defesa do território, abertura de roças, construção das casas, pesca e outros. Para as mulheres o trabalho de educar os filhos, cuidar dos afazeres domésticos, do casamento dos filhos, da pintura e ornamentação das crianças e outros.

Os Guaranis manifestam sua cultura em trabalhos em cerâmica e em rituais religiosos. Possuem sua própria língua, somente ensinam o português às crianças maiores de seis anos. São migrantes e agricultores. Acreditam que a morte é somente uma passagem para a “terra sem males”, onde os que se foram partem para este local para proteger os que na Terra ficaram.

Os Tupis são dominados por um ser supremo designado Monan. A autoridade religiosa dentro das aldeias é o Pajé, que é um sábio que atua como adivinho, curandeiro e sacerdote. Utilizam a música e seus instrumentos musicais para a preservação de suas tradições, para produzir efeitos hipnóticos e para momentos de procriação, casamento, puberdade, nascimento, morte, para afastar flagelos, doenças e epidemias e para festejar boas caçadas, vitórias em guerras e outros.

Relações Afro-indígenas

A etnoastronomia dos africanos trazidos como escravos para o Brasil se misturou com a dos nativos do nosso país constituindo novas formas de saber
Desde os tempos mais antigos, os habitantes da África e os indígenas que habitavam o Brasil olhavam para o céu e ficavam maravilhados. Os africanos e os indígenas perceberam que os fenômenos celestes estavam relacionados com os da terra, em uma harmoniosa sincronicidade. Esse conhecimento tradicional do Cosmos envolvia as observações dos movimentos dos corpos celestes, a seqüência das estações do ano e o comportamento das plantas e dos animais. A visibilidade de certas estrelas e constelações marcava épocas significativas do ano. Até a conduta correta da vida humana estava ligada ao contexto sazonal dos fenômenos naturais. Juntas, estrelas e espécies animal e vegetal, informavam ao homem sobre a ordem e a unidade do Cosmos, fornecendo uma bela visão do mundo, suficiente para a sobrevivência em grupos. Tentando explicar suas observações, criaram diversos mitos cosmogônicos.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Índio também joga? Of course

Estudos feitos mostram que os Indios de varias aldeias tem algum tipo de olimpiada, vejam algumas modalidades:

Arco e Flecha

Os povos indígenas usavam muito esse instrumento como arma de guerra. Atualmente, é usado para a caça, pesca e rituais, e tornou-se também uma prática esportiva, sendo disputada entre aldeias e até com não-indígenas. Na maioria das tribos indígenas brasileiras, o arco é feito do caule de uma palmeira chamada tucum, de cor escura, muito encontrada próxima aos rios. O povo Gavião, do Pará o confecciona com a madeira de cor vermelha chamada aruerinha. Os povos do Xingu utilizam o pau-ferro, o aratazeiro, o pau d'arco e o ipê amarelo. Os índios do alto Amazonas usam muito a pupunha, e as tribos da língua tupi são as únicas que, às vezes, utilizam a madeira das palmeiras. O padrão do tamanho do arco obedece à necessidade de seu uso, de acordo com a cultura de cada povo.A flecha é feita de uma espécie de bambu, chamada taquaral ou caninha. A ponta é feita de acordo com a tecnologia de cada etnia. Há aquelas flechas mais longas e as pontas tipo serra, muito usada para a pesca. Outras pontas são feitas com a própria madeira da flecha. Alguns povos colocam ossos e mesmo dentes de animais. Há outras flechas praticamente sem ponta, mas com uma espécie de esfera (coquinhos), usada na caça aos pássaros. O objetivo é abater a ave e evitar ferimentos na pele ou danos às plumas e penas. Há também um outro armamento semelhante ao arco, em que se arremessa pedra, chamada bodoque.

Cabo de guerra

HistóricoModalidade praticada para medir a força física, o cabo de guerra é muito aceito entre as etnias participantes de todas as edições dos Jogos, como atrativo emocionante, que arranca manifestação da torcida indígena e do público em geral. Permite a demonstração do conjunto de força física e técnica, que cada equipe possui. É uma das provas mais esperadas pelos atletas, pois muitas equipes treinam intensamente em suas aldeias, puxando grandes troncos de árvores. Isso porque, para os indígenas a força física é de suma importância, dando o caráter de destaque e reconhecimento entre todos. Na preparação de seus guerreiros, os índios sempre procuraram meios de desenvolver e medir a coragem e os limites de sua capacidade na força física. É realizada desde os I Jogos por atletas, com a participação de homens e mulheres.Competição/Prova: Cada delegação poderá inscrever no máximo duas equipes (masculina e feminina), compostas de 10 atletas e dois reservas. Haverá sorteio para compor as chaves de acordo com o número de equipes inscritas. Será utilizado o sistema de eliminatória simples na primeira e em todas as fases subseqüentes, até se chegar a um ganhador maior. Detalhes serão definidos no Congresso Técnico.

Canoagem

Canoagem Histórico: A canoa é utilizada como meio de transporte e para a pesca, sendo essencial na vida dos índios. Naturalmente, cada povo tem uma maneira para fabricá-la. Os Bakairi utilizam a casca de jatobá. As canoas dos Karajá são mais estreitas que as outras, por serem feitas de um tronco mais fino, atingindo maior velocidade nas águas, difíceis de serem conduzidas. Os povos do Amazonas, como os Munduruku, usam o fogo para fazer a cava no tronco da árvore do Itaúba.
COMPETIÇÃO/PROVA: Cada delegação deverá inscrever uma equipe de 02 (dois) atletas. A prova será realizada em rio ou lago aberto, cujo local específico, distância e percurso serão definidos pela Comissão Técnica que serão divulgados, posteriormente no Congresso Técnico. Será permitido aos competidores o reconhecimento prévio do percurso e das canoas. Haverá sorteio das canoas, entre as equipes, em todas as baterias. Apenas o primeiro colocado de cada bateria participará da fase final composta por um número de equipes correspondentes ao número de canoas disponíveis no evento, quando serão definidos o ganhador maior. O vencedor será identificado pela arbitragem a partir da passagem da ponta da proa (ponta) da canoa, na linha demarcatória. Outros detalhes serão definidos no Congresso Técnico. Cada competidor trará o seu próprio remo.Desde o início dos Jogos, para organizar a competição dessa modalidade houve grande preocupação, pois cada etnia possui tecnologia própria para a fabricação de sua canoas, feitas artesanalmente, mas sem obedecer a um padrão exato de tamanho e peso. O problema foi resolvido escolhendo-se as canoas dos Rikbatsa, norte de Mato Grosso, exímios canoeiros. Suas canoas ofereciam condições de aceitação pela maioria dos povos participantes nos jogos, foram adotadas e aprovadas para as competições, sendo sorteadas entre os participantes. Portanto, a partir dos III Jogos, os competidores passaram a usar canoas de fabricação tradicional rústica, feitas em madeira pelos índios Rikbatsa.

Atletismo

Atletismo (100 metros) Prova: A realização dessa modalidade passou por várias experiências de adaptação para a definição de seu formato. Chegou-se a conclusão da prova de 100 m rasos (masculino e feminino), como ideal para o modelo dos Jogos dos Povos Indígenas. Como experiência, nos I Jogos foi também disputada a prova de 4x100 m e o Salto em Distância. Já nos II Jogos, em Guairá (PR), em 1999, também como experiência, foi realizada a corrida de resistência de média distância em revezamento. Cada equipe indígena participou com dez atletas, revezando-se a cada 1000 m. Além da competição de 100 m, a prova de resistência de 5000 m, disputada por atletas masculinos, já está inserida nos Jogos. Histórico: Os índios sempre se interessaram em trabalhar seu preparo físico. Com isso, tornam-se verdadeiros competidores, adaptando-se e aprendendo, com a natureza a caçar e pescar, percorrendo grandes distâncias, atravessando lagos e rios em busca de alimento. O exercício físico é parte do dia-a-dia das aldeias. Tradicionalmente, os Gavião Kiykatêjê, praticam o Akô, (corrida de varinha), em que duas equipes de atletas realizam a corrida de velocidade em círculo, em revezamento de quatro, cujo bastão é uma varinha de bambu.Competição: Cada delegação indígena poderá inscrever no máximo duas equipes, uma masculina e feminina, composta por 02 (dois) atletas. O número de séries (largadas) eliminatórias será definido no Congresso Técnico, de acordo com o número de atletas inscritos. Classificar-se-ão para as séries subseqüentes somente os primeiros colocados da série (largadas) anterior, até se chegar a série (largada) final. Outros detalhes serão definidos no Congresso Técnico, onde cada povo participante pode ter dois representantes.


Essas abaixo não costumamos ver!

Corrida com toras!

Corrida com toras povos indígenas que praticam essa atividade são os: Krahô, Xerente, e Apinajé do Tocantins, que habitam a região central do Estado de Mato Grosso em várias 11 terras indígenas e os Gavião Parakategê e Kyikatêjê do Pará, Terra Indígena Mãe Maria. Os Kanela e os Krikati, são do estado do Maranhão. Os Kayapó do Pará e do Mato Grosso realizavam semelhante esporte que consistia em carregar e não correr com as toras. Os Fulni-ô de Pernambuco teriam praticado esse esporte no passado, de acordo com estudo do antropólogo Curt Nimuendajú. Histórico e RitualEntre os Krahô, Xerente, e Apinajé, a Corrida de Tora difere em diversos aspectos, obedecendo seus ritos tradicionais de significados social, religioso e esportivo.Para o povo Khraô, habitante de extensa faixa contínua de Cerrado no estado de Tocantins, ela está associada a algum rito e, conforme esse rito, variam os grupos de corredores, assim como o percurso e a tamanho das toras. Essas atividades são realizadas sempre com duas toras praticamente iguais. Os participantes se dividem em dois grupos de corredores “rivais”, cabendo apenas a um atleta de cada grupo carregar a tora, revezando-se em um mesmo percurso. As corridas se realizam no sentido de fora para dentro da aldeia, nunca de dentro para fora, ou mesmo dentro dela, quando estabelecem os pontos de largada e chegada no pátio de uma casa chamada woto, uma espécie de oca preparada para todas as atividades culturais, sociais e política. É sempre realizada ao amanhecer e ao entardecer. As corridas vindas de fora acontecem geralmente no final das tardes, quando os Krahô retornam de alguma atividade coletiva (caça ou roça). A corrida de tora é praticada nos rituais, festas e brincadeiras. Nesses casos, as toras podem representar símbolos mágicos-religiosos, como durante o ritual do Porkahok, que simboliza o fim do luto pela morte de algum membro da comunidade. Pela manhã, a corrida ganha um sentido de ginásticas para a preparação do corpo. Corre-se apenas com as toras já usadas ao redor das casas, no sentido contrário do relógio.
Os Xavante, do Mato Grosso, também realizam a Corrida de Tora, o Uiwed, entre duas equipes de 15 a 20 pessoas. Pintam os corpos e correm mais de cinco quilômetros, revezando-se até chegar ao Wa'rãm'ba, o centro da aldeia, e iniciam a Dança do Uwede'hõre. Na festa do U'pdöwarõ, a festa da comida, também existe a corrida com tora, mas nesse evento a tora usada é maior e mais pesada (média de 100 a 110 Km). Os Gavião Kyikatêjê/Parakateyê, do Pará, também grandes corredores de tora, obedecem os mesmos rituais de outros povos, mas há uma peculiaridade que é o Jãmparti (pronuncia-se Iãmparti). Trata-se de uma corrida com uma tora com mais de 100 Kg, mais comprida e carregada por dois atletas. Realizada sempre no período final das corridas de toras comuns, ou seja, aquela que é carregada por um atleta, com o sentido de harmonia e força. Em todas essas manifestações há a participação das mulheres. Não há um prêmio para o vencedor, pois somente a força física e a resistência são demonstradas.Preparação das toras: Geralmente, todos os povos que possuem essa atividade, confeccionam as toras com o tronco de uma palmeira chamada buriti, uma espécie de coqueiro, considerado sagrado pelos Krahô. Do buriti, os índios aproveitam tudo, desde seu fruto, como alimento, folhas para cobertura de casa e confecção de artesanatos (cestarias, abanos), tronco para rituais e atividades esportivas.Na preparação de corte dessa madeira, há um ritual de cantos e danças. É derrubado e cortado em duas partes em forma de cilindros em tamanhos iguais. Nas extremidades da tora é feito um tipo de cava para que possa facilitar seu carregamento. As toras possuem tamanhos variados, de acordo com o ritual a ser realizado, pesando de 02 a 120 quilos. Muitas toras são “guardadas” dentro do rio para que seja absorvida mais água e, assim, fiquem mais pesadas. Notadamente isso ficou comprovado nas apresentações dos Jogos dos Povos Indígenas.

Xikunahity (Futebol de cabeça)

Pronuncia-se Zikunariti, na linguagem dos Paresi e Hiara na língua dos Enawenê Nawê.Prova: É uma espécie de futebol, em que o chute só pode ser dado usando a cabeça. É um esporte praticado tradicionalmente pelos povos Paresi, Salumã, Irántxe, Mamaidê e Enawenê-Nawê, de Mato Grosso. É disputado por duas equipes que podem possuir oito, dez ou mais atletas e um capitão. É realizada em campo de terra batida, para que a bola ganhe impulso. O tamanho do campo é semelhante ao de futebol, e conta com uma linha demarcatória ao centro, que delimita o espaço de cada equipe.A partida tem início quando dois atletas veteranos, um de cada equipe, dirigem-se ao centro do campo para decidir quem irá lançar a bola ao outro, que deverá rebate-la. Isto é decidido por meio de diálogo e a partida inicia com a primeira cabeçada para o campo adversário, a ser recepcionada por um dos atletas com a cabeça. Após isso, os dois atletas deixam o campo, e não realizam outra atividade durante o jogo inteiro. Na disputa, a bola não pode ser tocada com as mãos, pés ou outra parte do corpo, mas pode tocar o chão, antes de ser rebatida pela outra equipe.
Os atletas Pareci se atiram e mergulham com o rosto rente ao chão, livrando o nariz de tocar o solo, o que provoca uma certa violência no "chute" de cabeça e demonstram toda a habilidade, destreza e técnica necessárias na recepçãoo e arremesso da bola. A equipe marca pontos quando a bola não é devolvida pelos adversários, ou seja, quando deixa de ser rebatida. Quanto maiores as habilidades dos atletas que compõem as equipes, mais acirradas são as disputas, podendo durar até mais de quarenta minutos.

Zarabatana

Prova: É uma demonstração individual realizada pelas etnias Matis e Kokama. Na apresentação se posiciona, a 20 ou 30 m do alvo adaptado, uma melancia pendurada em um tripé. A prova consiste em atingir o alvo o maior número de vezes possível. Histórico: É uma arma artesanal, semelhante a um cano longo, com aproximadamente 2,5 m de comprimento, feito de madeira, com um orifício onde se introduz uma pequena seta, de aproximadamente 15 cm. É uma arma muito utilizada pelos índios amazônicos para caçar animais e aves, por ser silenciosa e precisa. Os Povos Matís, Zuruaha e Kokama a utilizam. Os Matis e Zuruaha têm pouco contato com o não índios, sendo que os primeiros, menos de vinte anos.Habitam a região do Vale do Javari, fronteira com Peru e Colômbia, no Amazonas, e também são conhecidos como os "Cara de onça", por usarem adereços faciais inspirados nesse animal.Os Matís tiveram a primeira participação nos II Jogos, contando com cinco atletas, devido ao alto custo de passagens aéreas e da operacionalização de seu deslocamento, pois levam média 4 dias para chegar à cidade mais próxima, que é Tabatinga, AM.

Rõkrã

Jogo coletivo tradicional praticado pelo Povo Kayapó do estado do Pará. Jogado em um campo de tamanho semelhante ao do futebol. Se desenvolve entre duas equipes de 10 ou mais atletas de cada lado, onde todos usam uma espécie de borduna (bastão), cujo objetivo é rebater uma pequena bola (coco) que ao ultrapassar a linha de fundo de seu oponente, marca um ponto. De acordo com informações dos kayapó, esse esporte já não estava mais sendo praticado devido a sua violência que causava graves contusões nos competidores. Essa modalidade tem muita semelhança com um dos esportes mais populares do Canadá, o Lacrosse, coincidentemente considerado de origem indígena daquele país.

Escravidão foi uma realidade, porém hoje somos libertos!

Sabemos que a escravidão no Brasil e nas Américas promoveu, de forma brutal, o despovoamento do continente africano. Milhões de africanos foram desterritorializados, retirados de seu continente numa travessia atlântica de crueldade sem par. Homens, mulheres e crianças foram os protagonistas do espetáculo mais sangrento daquilo que chamam de “o desenvolvimento do novo continente" O sistema escravagista, perpetuando o uso abusivo da força, provocou inúmeras fugas de africanos escravizados para as matas, de onde foram resgatados e recepcionados pelos/as bravos/as guerreiros/as indígenas que, conforme me referi, não se subordinaram às investidas de desbravamento e à ocupação de suas terras.
O povo da terra sabia muito bem o que estava acontecendo com os africanos fugidos, pois, haviam vivido seguidos e violentos embates que resultaram em verdadeira carnificina de diversas etnias indígenas.
Africanos, homens e mulheres escravizados, muitos dentre eles destituídos da nobreza que desfrutavam em terras do continente africano; guerreiros, agricultores, ferreiros, no processo da reconstrução de suas vidas além mar, constituíram um novo padrão civilizatório africano.
Pedro Henrique(Obama)

sábado, 10 de outubro de 2009

Biografia de Mãe Menininha do Gantois



Foi a quarta Iyálorixá do Terreiro do Gantois, e a mais famosa de todas as Iyálorixá brasileiras, foi sucessora de sua mãe Maria da Glória Nazareth e foi sucedida por sua filha Mãe Cleusa Millet.Ela vinha de uma longa linhagem de Iyalorixás, as chefes dos terreiros de candomblé. O Gantois foi fundado em 1849, por sua bisavó Maria Júlia da Conceição Nazaré.Na década de 20, foi escolhida para ser a Iyalorixá do terreiro em virtude da morte de sua tia-avó, Mãe Pulchéria, enquanto se preparava para assumir o cargo, sua mãe Maria da Glória Nazareth ficou por um curto período à frente do Gantois.Aos 29 anos, casou com o advogado Álvaro McDowell de Oliveira, descendente de ingleses. Com ele teve duas filhas, Cleusa e Carmem.Em uma entrevista dada a revista IstoÉ, mãe Carmem, filha de mãe Menininha do Gantois, conta que ela adorava assistir telenovelas, sendo que uma de suas preferidas teria sido Selva de Pedra Era colecionadora de peças de porcelana, louça e cristais, sobre os quais guardava muito zelo. Não bebia Coca-Cola, pois certa vez lhe disseram que a bebida servia para desentupir os ralos de pias, e ela temia que a ingestão da bebida fizesse efeito análogo em si. Faleceu de causas naturais aos 92 anos de idade.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Cultura Afro-Brasileira.Uma historia de lutas mais de grandes vitorias no final.

Cultura afro-brasileira é o resultado do desenvolvimento da cultura africana no Brasil as influências recebidas das culturas portuguesa e indígena ,que se manifestam em diversos expressões como, por exemplo, a música, a religião e a culinária. Os estados do Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul foram os mais influenciados tanto pela quantidade de escravos recebidos como pela migração interna dos escravos, em virtude do fim do ciclo da cana-de-açúcar na região Nordeste.

Evolução histórica

Inicialmente, todas as manifestações culturais afro-brasileiras eram proibidas, desprezadas, desestimuladas e perseguidas porque não eram parte do universo cultural europeu, não representavam civilidade, mas sim, uma cultura selvagem e atrasada em contra-ponto à Europa em desenvolvimento.Entretanto, a partir de meados do século XX, as expressões culturais afro-brasileiras começaram a ser gradualmente aceitas, admiradas e celebradas pelas elites brasileiras como expressões artísticas genuinamente nacionais. Nem todas manifestações culturais foram aceitas ao mesmo tempo. O samba foi uma das primeiras expressões da cultura afro-brasileira a ser admirada quando ocupou posição de destaque na música popular. Posteriormente, o governo da ditadura do Estado Novo de Getúlio Vargas desenvolveu políticas de incentivo do nacionalismo nas quais a cultura afro-brasileira encontrou caminhos de aceitação oficial. Por exemplo, os desfiles de escolas de samba nesta época aprovação governamental através da União Geral das Escolas de Samba do Brasil fundada em 1934. Outras expressões culturais seguiram o mesmo caminho. A capoeira, que era considerada forma de briga de bandidos e marginais, foi apresentada, em 1953, por mestre Bimba ao presidente Getúlio Vargas que então a chamou de "único esporte verdadeiramente nacional". Durante a década de 1950, as perseguições às religiões afro-brasileiras diminuíram e a Umbanda passou a ser seguida pela classe média carioca. Na década seguinte, as religiões afro-brasileiras passaram a ser celebradas pela elite intelectual branca. Em 2003, foi promulgada a lei nº 10.639 que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), passando-se a exigir que as escolas brasileiras de ensin fundamental e médio incluam no currículo o ensino da história e cultura afro-brasileiro.